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O objectivo deste blog é transmitir a todo o público um pouco da arte que se pratica no nosso meio e que não é ainda conhecida a um nível superior. Para isso espero contar com a vossa preciosa ajuda através de cometários, críticas e até com as vossas obras de arte, que poderão mandar para o mail i.m.jota@homail.com.

sábado, 17 de abril de 2010

O advogado, a justiça e o cidadão



O advogado, a justiça e o cidadão, tinta da china e caneta técnica. 42.2cms. x 29.7cms. João Alves'10

sábado, 13 de março de 2010

Entrepólos - Bipolaridade



Entrepólos - Bipolaridade, grafite, caneta de aparo e tinta da china, lápis de cor. 42.2cms. x 29.7cms. João Alves'10

      O transtorno bipolar ou distúrbio bipolar é uma forma de transtorno de humor caracterizado pela variação extrema do humor entre uma fase maníaca, de hiperatividade e grande imaginação, e uma fase de depressão ou inibição, de ansiedade ou tristeza. Juntos, estes sintomas são conhecidos como depressão maníaca.
      Existem várias formas de distúrbio bipolar.
     O distúrbio bipolar é uma doença caracterizada por episódios repetidos ou alternados de mania e depressão. Uma pessoa com transtorno bipolar está sujeita a episódios de extrema alegria, euforia e humor excessivamente elevado, e também a episódios de humor muito baixo e desespero (depressão). Entre estes episódios, é normal que hajam períodos de normalidade.
      Deve-se ter em conta que este distúrbio não consiste apenas de meros "altos e baixos". Altos e baixos são normais em qualquer pessoa, e não constituem um distúrbio. As mudanças de humor do distúrbio bipolar são mais extremas que aquelas experimentadas pelas demais pessoas.
      O doente de distúrbio bipolar é também chamado de "maníaco-depressivo", no entanto, este uso não é popular actualmente entre os psiquiatras, que padronizaram o uso do termo "depressão maníaca" para descrever o espectro bipolar como um todo, que inclui tanto o distúrbio bipolar como a depressão.
      A natureza e duração dos episódios variam grandemente de uma pessoa para outra, tanto em intensidade como em duração. Num caso grave, pode haver risco pessoal e material.
      O paciente de bipolaridade pode chegar ao extremo da depressão seguida de suicídio. Ele quase nunca percebe quando está hiperagitado e, quando percebe, recusa-se a aceitar o facto.
      Nem sempre os sintomas maníacos ou depressivos são bem claros. Até mesmo quem convive com um paciente bipolar sente dificuldade em distinguir uma aflição comum da depressão, ou alegria da euforia patológica. A doença é de difícil diagnóstico, mesmo para um profissional de saúde, que acompanhe há um
longo tempo o paciente.
      Quando um indivíduo se encontra na fase de depressão, ele sente-se abatido, quieto e triste. Pode dormir muito, como uma fuga do convívio, reclamar de cansaço em tarefas simples como escovar os dentes, apresentar traços de baixa auto-estima e de sentimentos de inferioridade. Demonstra pouco interesse pelos acontecimentos e coisas e pode isolar-se da família e dos amigos. O indivíduo pode sentir-se culpado por erros do passado e por fracassos da sua vida e da dos seus familiares. Pode haver irritabilidade, lamentos, e auto-recriminação. Pode também haver um distúrbio do apetite, tanto para aumentá-lo, como para diminuí-lo.
      Outro factor que pode acontecer é apresentar uma queda na sua imunidade, o que o deixa mais predisposto a contrair doenças. Em alguns casos a depressão pode manifestar-se de forma psicossomática, e o indivíduo pode apresentar algumas doenças de causa psicológica, que normalmente se caracterizam por dores no corpo ou cabeça. É comum nesta fase pensamentos suicidas, uma vez que o indivíduo se sente mal com a sua vida e sem energia para mudá-la. A conseqüência mais grave de uma depressão pode ser a concretização do suicídio.
      Na fase eufórica o indivíduo pode apresentar sentimentos de grandiosidade, poderes além dos que possui e grande entusiasmo. Ele dorme pouco e torna-se agitado; fala muito e tem muitas idéias ao mesmo tempo; aumenta o seu desejo sexual; perde o senso crítico...
      Nesta fase é comum as pessoas endividarem-se ou perderem muito dinheiro, comprometendo até os bens de família. Durante os delírios de grandeza, os gastos são muito acima do que sua realidade permitiria. Devido ao grande otimismo, é possível que o indivíduo empreste dinheiro a pessoas a quem mal conhece, e que podem estar a aproveitar-se da situação. São comuns manias como perseguição, realização de sonhos (reformas, viagens, compras...) que à primeira vista podem até parecer normais.É comum nesta fase que o paciente tenha alucinações e delírios de grandeza.
      A doença pode manifestar-se em crianças, porém, talvez pela dificuldade em identificá-la, é mais comum encontrar-se em pessoas adultas com idades compreendidas entre os 15 e os 25 anos.


Curiosidade: Os portadores da bipolaridade geralmente são pessoas que se destacam nas actividades que exercem, principalmente no que diz reespeito à arte (Mozart, Van Gogh, Vivien Leigh, Schumman, Jaco Pastorius) e à política (W. Churchill, Ulisses Guimarães).

domingo, 24 de janeiro de 2010

Retrato



Retrato, grafite. 42.2cms. x 30cms. João Alves'08

domingo, 17 de janeiro de 2010

Leiria




Leiria, grafite. 42.4cms. x 29.7cms. João Alves'08

      Leiria está situada entre as duas principais cidades portuguesas, Lisboa e Porto, junto ao litoral do país.
      A região onde se situa Leiria já é habitada há longos tempos, apesar da sua história precoce ser bastante obscura. Os Turduli, um povo indígena da Ibéria, estabeleceu um povoado junto à cidade actual de Leiria (a cerca de 7 km). Essa povoação foi depois ocupada pelos Romanos, que a expandiram sob o nome de Collippo. As pedras da cidade anciã romana foram usadas na Idade Média para construir parte de Leiria. Pouco é conhecido sobre a área nos tempos dos Visigodos, mas durante o período de domínio árabe, Leiria era já uma vila com praça. A Leiria moura foi capturada em 1135 pelo primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, durante a chamada Reconquista. Essa localidade foi brevemente retomada pelos mouros em 1137, e mais tarde em 1140. Em 1142, Afonso Henriques reconquistou Leiria, sendo desse ano o primeiro foral, atribuído para estimular a colonização da área. Os dois reis esforçaram-se por reconstruir as muralhas e o castelo da vila, para evitar novas incursões mouras. A maioria da população vivia dentro das muralhas protectoras da cidade, mas já no século XII uma parte da população vivia na sua parte exterior. A mais antiga igreja de Leiria, a Igreja de São Pedro, construída em estilo românico no último quartel do século XII, servia a freguesia exterior às muralhas.
      Durante a Idade Média, a importância da vila aumentou, e foi sede de diversas Cortes. As primeiras Cortes realizadas em Leiria foram em 1254, durante o reinado de Afonso III. No início do século XIV (1324), D. Dinis mandou erguer a torre de menagem do castelo, como pode ser visto numa inscrição na torre. Esse rei construiu também uma residência real em Leiria (actualmente perdida), e viveu por longos períodos na cidade, que ele doou como feudo à sua esposa, a Rainha Santa Isabel. O rei também ordenou a plantação do famoso Pinhal de Leiria, próximo da costa com o Oceano Atlântico. Mais tarde, a madeira deste pinhal seria usada para construir as naus que serviram aos Descobrimentos portugueses, nos séculos XV e XVI. Durante o século XV, os judeus desenvolveram nesse concelho uma das mais notáveis comunidades, ao ponto de empreenderem uma florescente actividade industrial.
      No fim do século XV, o rei D. João I construiu um palácio real dentro das muralhas do castelo. Este palácio, com elegantes galerias góticas que possibilitam vistas maravilhosas da cidade e do meio envolvente, ficou totalmente em ruínas, mas foi parcialmente reconstruído no século XX. D. João I foi também o responsável pela reconstrução da Igreja de Nossa Senhora da Pena, localizada dentro do perímetro do castelo, num estilo gótico tardio. Por volta do fim do século XV, a cidade continuou a crescer, ocupando a área que se estende desde a colina do castelo até ao rio Lis. Em Leiria foi impresso o primeiro livro em Portugal. O rei D. Manuel I deu à localidade um novo foral em 1510, e em 1545 foi elevada à categoria de cidade, tornando-se sede de Diocese. A Sé Catedral de Leiria foi construída na segunda metade do século XVI, numa mistura dos estilos renascentista (gótico tardio) e maneirista (renascimento tardio).
      Comparando com a Idade Média, a história subsequente de Leiria é de relativa decadência. No entanto, no século XX, a sua posição estratégica no território português favoreceu o desenvolvimento de indústrias diversas, levando a um grande desenvolvimento da cidade e da sua região. De facto, durante vários anos, Leiria foi das poucas capitais distritais que não era a cidade mais populosa do próprio distrito, sendo suplantada pela cidade de Caldas da Rainha. Contudo, nos últimos anos a cidade tem-se desenvolvido de forma extraordinária, e é já um dos 25 principais centros urbanos de maiores dimensões do país.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Zebras




Zebras, tinta da china. 29.7cms. x 42cms. João Alves'10

      A zebra é um mamífero nativo da África Central e do Sul. Membro da família dos equídeos, juntamente com animais como o cavalo e o burro, a zebra é um animal perissodáctilo, com um só dedo funcional. (entende-se por animal perissodáctilo aquele que tem dedos em número ímpar).
      O nome zebra deriva do nome zevro ou zebro, um equídeo selvagem, actualmente extinto, que vivia na Península Ibérica até ao século XVI. Quando os navegadores portugueses chegaram ao Cabo da Boa Esperança, nos finais do século XV, encontraram uns equídeos riscados parecidos com o zebro, pelo que lhes deram o nome de zebras.
      As zebras habitam uma grande região, que vai da zona central do continente africano até ao extremo Sul do mesmo. Existem às centenas de milhar, espalhados por vários países. São animais herbívoros que vivem em grades manadas, pastando livremente pela savana. As manadas são constituídas por machos, fêmeas e crias. São das presas mais apetecíveis para leões, hienas e cães selvagens. Por serem atacados habitualmente por leões, principais predadores nas savanas de África, podem tornar-se animais extremamente velozes, atingindo os 50 ou até mesmo os 60 quilómetros por hora. As zebras possuem um comportamento pacato, porém podem atacar quando estão em situação de risco, como acontece por exemplo durante uma fuga aos predadores. Para fugirem aos predadores estes animais utilizam, para além da fuga propriamente dita, os seus fortes coices, capazes de quebrar a mandíbula de um felino.
      A zebra é um animal morfológicamente idêntico aos cavalos, mas com a pelagem muito diferente. Apresenta uma sucessão de faixas transversais pretas e brancas de disposição variável conforme as espécies. As riscas são características de cada animal, são como uma impressão digital que identifica cada indivíduo da espécie. Estas riscas servem como camuflagem para os predadores, uma vez que, quando a manada está em movimento, as riscas destes animais provocam ilusão de óptica aos predadores que não conseguem assim identificar e isolar um animal. Tem um corpo esbelto com pernas compridas e fortes que terminam por cascos bem visíveis. O pescoço é forte e comprido e termina numa cabeça alongada própria dos animais herbívoros. As orelhas são móveis e expressivas. No pescoço apresenta crina. O seu comprimento varia entre os 2 e os 2,5 metros, a altura entre os 1,4 e os 1,6 metros e o peso entre os 225 e os 300 quilos.
      O período de gestação das zebras oscila entre os 330 e os 375 dias e origina o nascimento de apenas uma cria (os partos múltiplos são raros). Os recém-nascidos são de cor castanha clara e apresentam algumas riscas alternadas mais escuras. As riscas das zebras vão escurecendo com a idade. O pêlo é mais espesso que nos adultos. O seu peso ao nascer oscila entre os 30 e 35 quilos. Cresce rapidamente pesando cerca de 50 quilos no fim do primeiro mês. É alimentada a leite pela mãe até ao sexto mês embora mordisque a erva quando tem apenas alguns dias.
      Todos os anos as zebras sentem o apelo da grande viagem pelo Serengueti. Quando chega a altura desse empreendimento, juntam-se às centenas de milhar e, juntamente com os gnus, partem para a grande caminhada para Norte, em busca de água e pastos mais verdes onde podem comer melhor, quer em quantidade, quer em qualidade. Algumas são vítimas dos predadores terrestres, outras são vítimas da longa viagem, e outras ainda dos crocodilos. Estes, avisados pelo troar de milhares de animais em aproximação, estão em alerta, e se a maioria das suas vítimas são gnus, também algumas zebras são apanhadas na matança que os crocodilos fazem nesta altura.
      Uma zebra saudável pode viver, em média, de 25 a 30 anos.